A primeira vez que tive contato com a deficiência auditiva era adolescente. Naquela oportunidade o pai de uma amiga usava aparelho. Mário Valente, minhas saudades!!! Se não era capaz de ouvir como os outros, compensava isso com humor, carinho e atenção com todos à sua volta. São Paulino roxo, até as pedras de seu jardim eram pintadas com as cores do clube. Teve ao seu lado uma esposa dedicada e atenta a sua malandragem pois quando lhe interessava o aparelho era desligado, hahah, a forma mais inteligente de evitar as DR's (discussão de relação).
A empresa australiana, fabricante do aparelho entrega o kit com um cuidado especial que muito me tocou. Dado que o implante hoje é feito também em crianças, a empresa encaminha um coala de pelúcia com os aparelhos nas orelhinhas como que dizendo: "Seu amiguinho também usa aparelho, está vendo?¹" Lindo.
O fato é que tudo isto me fez pensar sobre a deficiência auditiva "espontânea" que muitas pessoas se valem para não tomar atitude sobre aquilo que a vida está gritando aos seus ouvidos.
Fingindo não ouvir acomodam-se no silêncio da falta de consciência e deixam que alguém decida por eles ou simplesmente aguardam que a vida as premiem.
Marcelo Valente faz parte de um outro tipo de pessoa. Fez valer o avanço da tecnologia e amor que alguns cientistas colocaram na busca da sua cura e está vencendo a limitação que a doença hereditária lhe causou. A limitação não impediu sua dignidade e hoje ele atua com o talento que Deus trata de compensar à quem recebe desafios como o dele. Conheçam e prestigiem o trabalho de Marcelo pelo site.
Tenho sentimentos conflitantes sobre esta questão: Se de um lado muito me emociona ver o poder de superação que as pessoas alcançam quando alguma limitação física as acomete, de outro, muito me decepciona ver que outras, que tudo poderiam se colocassem um pouco de energia e foco em objetivos, se limitem ao básico ou ainda, ao imprescindível.
Que tipo de deficiência você desenvolve?! Está atento e OUVINDO as oportunidades da vida?!
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