Fico pensando nas minhas amigas que tiveram filhos e que não puderam contar com suas mães. É muita emoção de uma vez e o desiquilíbrio trazido pelos hormônios e a responsabilidade por uma vida são extremamente grandes.
Acredito que toda mãe de primeira viagem tenha a sensação de que não dará conta: nem das emoções e nem de manter a criança viva.
Perdi a conta de quantas vezes cutuquei minha filha no berço para saber se estava respirando. E fiz o mesmo quando tive meu segundo. Isso não passa. Sono de criança é tão profundo que as vezes a gente duvida. Vai dizer que estou mentindo?!
Depois a separação da criança no retorno ao trabalho após a licença maternidade. Se de um lado sentia falta do trabalho, de outro a ausência dela nos meus braços, a amamentação e o cheiro do bebê prometem explicar o que é saudade. Quase morri de tristeza. Mas dizem que para ela é ótimo conviver com outras. Tomara.
As despesas que se seguem com berçário, fraldas, alimentação, leite, remédios e as jornadas de levar, buscar e etc...difícil. É uma nova rotina que também era iniciante.
A todo momento fui provada quanto ao egoísmo e visão centrada em mim mesma de outrora. Nunca mais fui a mesma. Durante os primeiros anos do bebê não havia outra prioridade em minha mente.
Há um grande desgaste emocional. Culpa se vai ao trabalho, culpa se falta à ele para cuidar de uma doença ou acidente do bebê, correndo o risco de uma demissão. Se ele cai e se machuca à um passo de você e não conseguiu evitar...culpa, culpa, culpa.
Noutro dia li uma reportagem que dizia que algumas mulheres começaram um movimento bem interessante. Segundo a matéria elas fizeram contas e optaram por reduzir ou excluir alguns hábitos e necessidades que geravam despesas para que pudessem acompanhar o crescimento dos filhos. Voltaram para a casa e como nossas mães no passado se dedicam aos seus bebês. É uma escolha consciente e que busca acompanhar os anos mais importantes da vida da criança. Que lindo.
Mas, em tempos de crise nem todas podem fazer o mesmo, pois mal conseguem dar conta das despesas básicas. Fase difícil e longa onde todo o suporte é pouco. Como não pude abrir mão do trabalho, busquei dedicar-me à carreira para que tudo que fosse essencial à educação que queria dar-lhe acontecesse.
Se você é mãe quero lhe recomendar que acredite que esta fase difícil vai passar e que tome cuidado com a demasiada atenção que dá ao trabalho. O tempo não volta. Curta o seu bebê. Quando em casa, esqueça tudo o mais. Faça valer a qualidade deste momento.
Se você tem ajuda, da mãe, da sogra ou de uma pessoa, que nunca vai remunerar o suficiente pelo carinho que entrega ao seu bebê, o que pode fazer é agradecer e ouvi-la! Ela quer o seu melhor e para o seu bebê.
O tempo passou e os meus filhos cresceram e sobreviveram à tudo, junto comigo. Tudo deu certo.
Aguardo calmamente o momento de ter um neto nos braços, quando poderei devolver a atenção que minha mãe deu aos meus filhos.
Se você é avó, não perca a oportunidade de viver este momento sem as inseguranças da sua primeira maternidade. Entregue o seu amor à sua filha e seus netos. Não há nada melhor que deixar de legado o reconhecimento de ter sido uma vó carinhosa e participativa. Tudo passa e os momentos felizes valem mais do que ter razão. Seja compreensiva com as inseguranças dela como a sua mãe ou babás foram com as suas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui a sua opinião